A ictiofitiríase, também conhecida como "doença dos pontos brancos" por conta dos seus sinais clínicos característicos, é uma uma doença parasitária causada pelo protozoário ciliado Ichthyophthirius multifiliis. É provavelmente o parasito com mair distribuição geográfica, chegando a ser considerado universal (ROCHA et al., 1994; PÁDUA, 2017)
O Ichthyophthirius multifiliis é um protozoário de organização complexa, é caracterizado por apresentar cílios simples que envolvem todo o seu corpo, exceto na região adoral (ROCHA et al., 1994). Ele apresenta um ciclo direto que pode se completar em poucos dias em parasita, existem quatro fases características no seu desenvolvimento, que são: Trofonte maturo (a); trofonte imaturo (b); trofonte (c) e terontes (estágio infectante) (d) (FILHO et al., 2012).
A infecção pelo ictio se dá normalmente quando há oscilações na temperatura da água, especialmente algo normal de ocorrer no outono para inverno, já que são frequentes as mudanças climáticas abruptas com a chegada de frentes frias (PÁDUA, 2017).
O principal sintoma da doença são os pontinho brancos que aparecem espalhados pelo corpo do peixe, outro sinal comum de que o peixe está com íctio é quando ele começa a se esfregar em pedras ou outros acessórios presentes, isso porque as pintas brancas causam coceira e irritação. Por conta dessas esfregações os peixes começam a apresentar feridas (PETZ, 2020).
No que diz respeito a transmissão, ela ocorre de forma horizontal, ou seja, um peixe parasitado passa a atuar como fonte de infestação para o restante. Neste caso, a fase de teronte (já citada acima) é a responsável pela dispersão no ambiente aquático em busca de novos hospedeiros (FILHO et al., 2012). Segundo Paduá (2017) os animais jovens são o principal grupo de risco para esta doença, nesse caso, as larvas, alevinos e juvenis. Isso significa que quanto maior o tamanho do peixe, mais tolerante ele se é à infecção por este ciliado.
Ainda de acordo com Paduá (2017) são bem limitadas as intervenções terapêuticas contra a ictiofitiríase. A forma mais eficiente para o controle dessa infecção é o uso de desinfetantes que ajudam a eliminar as fases de vida do protozoário do ambiente aquático. Contudo, de acordo com Meira et al., (2021) uma opção que vem ganhando espaço é a produção de vacinas para a prevenção da infecção desse parasita.
REFERÊNCIAS
FILHO, R. N. M.; PÁDUA, S. B.; NETO, J. D.; JERÊNIMO, G. T. Ictiofitiríase: conhecendo a doença para elaborar estratégias de controle. Panorama da AQUICULTURA, vol. 22, n° 131, maio, junho, 2012.
MEIRA, C. M.; RIBEIRO, A. M.; RIBEIRO, N. M. Q.; SOUZA, B. L. N.; SUSSEL, F. R. Métodos de controle da Ictiofitríase: quais os próximos passos na prevenção desta doença?. Aquaculture Brasil, 2021. Dispoível em: <https://www.aquaculturebrasil.com/artigo/129/metodos-de-controle-da-ictiofitiriase:-quais-os-proximos-passos-na-prevencao-desta-doenca>. Acesso em: 8 de janeiro de 2022.
PADUÁ, S. B. Ictiofitiríase: Desafio tradicional em peixes nativos a patógeno emergente para a tilapicultura. Aquaculture Brasil, 2017. Disponível em: <https://www.aquaculturebrasil.com/coluna/89/ictiofitiriase->. Acesso em: 08 de janeiro de 2022.
PETZ. Peixe com íctio: saiba tudo sobre as causas do problema. 2020. Disponível em: <https://www.petz.com.br/blog/pets/peixe-com-ictio/>. Acesso em: 8 de janeiro de 2022.
ROCHA, R. C. G. A.; CECCARELLI, P. S.; NETO, J. C. S. RODRIGUES, A.; CERVI, R. C.; RIBEIRO, P. Eficácia de diferentes produtos químicos no controle de Ichthyophthirius multifiliis FOUQUET (1879). EM ALEVINOS DE PACU Piaractus mesopotamicus HOLMBERG (1887). B. Téc. CEPTA, Pirassununga, v. 7, p. 1-8, 1994.
Comentários
Postar um comentário