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STRONGYLUS VULGARIS

Filo: Nematoda  Classe: Secernentea  Ordem: Strongylida  Família: Strongydae  Gênero: Strongylus  Espécie: Strongylus vulgaris           Esse nematoda faz parte dos grandes Strongylus, juntamente com o  Strongylus equinus e Strongylus edentatus (SANAVRIA, [20-?]).      A espécie Strongylus vulgaris tem morfologia caracterizada por corpo retilíneo e rígido medindo entre 1,5 e 2,5 cm de comprimento, é de cor cinza escuro, o orifício oral é circundado por uma coroa radiada externa franjada. A cápsula bucal oval, apresenta dois dentes grandes com ápices arredondados (forma de orelha) na sua base (BASSAN et al ., 2008).      Ciclo biológico: a limentos contaminados com L3 ao serem ingeridos pelo animal, penetram na mucosa intestinal do íleo, ceco e cólon ventral. A fase L4 ocorre na submucosa (4 – 5 dias.), penetra nas arteríolas e após uns dias no interior dos vasos segue contra o fluxo sanguíneo para artéria aorta e rumo a artéria mesentérica cranial, seu local de eleição, penetrando na

PASTOREIO RACIONAL VOISIN (PRV)

    
zootecnia, pastagem, pastejo, pastoreio, voisin, forragem
    O pastoreio Racional Voisin (PRV) é um método racional complexo e intensivo de manejo de gado, da pastagem e do solo, proposto por André Voisin que procura manter um equilíbrio do trinômio solo-capim-gado, sem prejudicar um em benefício do outro (CASTAGNA et al., 2008). Para alcançar esse equilíbrio deve-se seguir com vigor as quatro leis de pastoreio racional.
    As duas primeiras leis têm como objetivo garantir a perenização (se tornar permanente, durável) das pastagens, enquanto as outras duas, o incremento da produção animal (BERTON et al., 2011).

Quais são as quatro leis?
 
1) Lei do repouso
    Para que a planta consiga armazenar nas suas reservas necessárias ao ponto de poder haver uma rebrota, é necessário que seja fornecido a ela tempo o suficiente, ou seja, o repouso da pastagem. Existe um tempo ideal para o ponto de desenvolvimento fenológico da planta, esse momento ideal possibilita a maior oferta/área/tempo e pode ser expressado pela curva sigmóide de crescimento dos pastos (DIAS, 2014). De certa forma os piquetes são ocupados de seis a oito vezes, no ano, no sistema de Pastoreio Racional Voisin, podendo ter de 28 a 35 dias de intervelos entre pastejo nas épocas favoráveis do ano. Entretanto, em épocas não tão boas esse intervalo pode chegar a 120 dias (OLIVEIRA, [20-?]).

2) Lei da ocupação
    Para impedir que os animais comam os rebrotes do capim ocasionando o esgotamento das reservas e consequentemente a degradação da pastagem, é necessário que o tempo de ocupação de uma parcela ou piqueta seja aceitável a ponto de não permitir que a planta que foi cortada pelo animal no início do pastejo seja cortada novamente antes da saída dele da parcela ou piquete. Ao desrespeitar essa lei automaticamente estará desrespeitando a primeira, fazendo com que o tempo de repouso da planta não seja atendido (SORIO, 2020).

3) Lei da ajuda
    De acordo com o site Fazenda Ecologia (2015) a terceira lei diz o seguinte “é preciso ajudar os animais que possuem exigências alimentares mais elevadas a colherem a maior quantidade de pasto e que este pasto seja da melhor qualidade possível”. Segundo Machado (2010) citado por Dias (2014), o grupo denominado desnate é o que tem maior exigência nutricional, esse grupo será o primeiro a entrar no piquete para consumir as partes altas da planta, depois vem o grupo denominado repasse que são os animais com menos exigências nutricionais. Esse manejo permite maximizar o desempenho individual do animal.

4) Lei dos rendimentos regulares
    Segundo o site Fazenda Ecologia (2015) a quarta lei fala que “para que o animal (bovino) produza rendimentos regulares, ele não deve permanecer mais que três dias em uma mesma parcela. Os rendimentos serão máximos, se o animal não permanecer no piquete mais que um dia". De acordo com Berton et al. (2011) o desempenho dos animais vão diminuindo de acordo com o tempo que passam na parcela, sendo que o rendimento máximo do animal é obtido no primeiro dia de pastoreio, ou seja, o ganho do animal é maior quando eles trocam de parcela, e não insistem em ficar pastoreando o fundo da pastagem.

    A intervenção do homem nesse sistema está ligada a subdivisão da área em piquetes, área à qual o gado será direcionado quando este apresentar o pasto no seu tempo de repouso adequado, essa intervenção garante que o pasto dos outros piquetes recupere suas reservas para crescer novamente (BERTON et al., 2011).
    O sistema PRV é diferente do sistema de "lotação rotativa" comum, Castagna et al. (2008) afirma que os modelos de "lotação rotativa" testados muitas vezes em literaturas que fazem comparação com a "lotação contínua" apresentam tempos fixos de ocupação das parcelas,  entretanto, no sistema de Voisin não há tempos fixos de ocupação, nem mesmo tempos fixos para repouso das parcelas, os tempos de ocupação e repouso podem variar ao se analisar a pastagem e os animais.
    Outra característica do PRV é o uso de altas cargas animais nas parcelas, segundo Pires (2018) Voisin preconizava que a capacidade de suporte da pastagem poderia aumentar em decorrência de um maior número de animal, isso porque quanto mais gado tivermos no pasto, mais excrementos terá, ou seja, como excremento é adubo, consequentemente mais capim obterá. É importante salientar que é sempre importante fazer os cálculos para obter a taxa de lotação, carga global, intensidade de carga, etc.
   Em um estudo realizado por Wendling & Ribas (2013) observou-se que de 20 propriedades familiares do Oeste de Santa Catarina analisadas, a maioria apresentou um Índice de Conformidade do Pastoreio Racional Voisin (IC-PRV) acima de 70% e apenas três propriedades se encontram inferior a 50%, sendo que, quando a análise é mais rigorosa, dá para notar que 10 propriedades, ou metade das analisadas, está com mais de 88%. Isso quer dizer que as tecnologias recomendadas para o Pastoreio Racional Voisin são bem aceitas e implementadas pelos agricultores.

REFERÊNCIAS

BERTON, C. T.; RICHTER, E. M. Referências agroecológicas pastoreio racional voisin (PRV). 2011. Disponível em: <https://www.bibliotecaagptea.org.br/zootecnia/forragens/livros/REFERENCIAS%20AGROECOLOGICAS%20PASTOREIO%20RACIONAL%20VOISIN.pdf>. Acesso em: 09 de agosto de 2021.

Castagna, Airton Antonio. Pastoreio racional voisin : manejo agroecológico de pastagens / Airton Antonio Castagna, Marcos Aronovich, Eliane Rodrigues. -- Niterói : Programa Rio Rural, 2008. 33 f.

DIAS, A. H. Planejamento, implantação de um sistema de pastoreio racional Voisin com gado de leite orientado a agricultura familiar. 2014. 26 páginas. Ciências Rurais. Universidade Federal de Santa Catarina.

FAZENDA ECOLÓGICA. Pastoreio Racional Voisin. 2015. Disponível em: <https://www.fazendaecologica.com.br/voisin/id-300110/pastoreio_racional_voisin>. Acesso em: 05 de agosto de 2021.

Filho, Wagner Pires Ribeiro. Pastagem sustentável - de A a Z / Wagner Pires Ribeiro Filho (autor e coordenador), - Indaiatuba -SP - Edição dos autores, 2018. 480 páginas.

OLIVEIRA, A. Conheça as 4 leis universais do Pastoreio Racional Voisin. [20-?]. Disponível em: <https://www.afe.com.br/artigos/conheca-as-4-leis-universais-do-pastoreio-racional-voisin>. Acesso em: 05 de agosto de 2021.

SORIO, A. As 4 Leis do Pastoreio Racional. 2020. Disponível em: <https://consultoriapecuaria.com.br/as-4-leis-do-pastoreio-racional/>. Consultoria pecuária. Acesso em: 05 de agosto de 2021.

WENDLING, Adenor Vicente; RIBAS, Clarilton Edzard Davoine Cardoso. Indice de conformidade do pastoreio racional Voisin (IC-PRV).. Revista Brasileira de Agroecologia, [S.l.], v. 8, n. 3, dec. 2013. ISSN 1980-9735. Disponível em: <http://revistas.aba-agroecologia.org.br/index.php/rbagroecologia/article/view/12904>. Acesso em: 09 agosto de 2021.

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