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COMPORTAMENTO REPRODUTIVO EM SUÍNOS

  Introdução         Com o aumento do uso de sistemas de confinamento e a intensificação das práticas de produção, voltadas para otimizar o trabalho, reduzir a perda de energia dos animais e melhorar a produtividade por área, surgem desafios que afetam o comportamento e a qualidade de vida dos animais. Problemas relacionados ao bem-estar dos suínos podem ter impactos negativos em diversas áreas, incluindo o desempenho sexual e reprodutivo (HÖTZEL et al., 2010).       O comportamento sexual de suínos, tanto de fêmeas quanto de machos, é influenciado por uma combinação de fatores, como o sistema endócrino, a aprendizagem ao longo da vida e as condições ambientais às quais estão submetidos.       As atividades reprodutivas não são constantes, demandando processos de maturação e estímulos específicos para desencadear respostas reprodutivas eficientes. Esse comportamento é crucial para que a cópula ocorra no momento certo, asse...

CONSORCIAÇÃO DE FORRAGEIRAS

    

zootecnia, pastagem, forragem, consórcio, leguminosa

    Os pesquisadores australianos foram os pioneiros nas pesquisas com leguminosas nas pastagens tropicais, motivados pela percepção de que as gramíneas tropicais tinham uma qualidade menor do que as de clima temperado, e que a introdução das leguminosas ajustadas para pastagens tropicais poderia, de forma simultânea, resolver dois problemas, sendo eles: baixa disponibilidade de nitrogênio (N) nos solos tropicais sob gramíneas e os baixos teores de proteína na dieta dos ruminantes. Contudo ao decorrer do tempo foram acumuladas experiências, e mostrou-se que a contribuição potencial das leguminosas forrageiras é maior do que se pensava (ANDRADE, 2012 apud ANDRADE [20-?]).

    Atualmente já se tem a idéia de que a leguminosa em consórcio tem o papel de oferecer forragem de melhor qualidade e com teores de proteína mais altos, com destaque, no período seco; ofertar nitrogênio fixado biologicamente para a outra gramínea; melhorar as características do solo e aumentar gradativamente a matéria orgânica do solo (CARVALHO, 1999). 

IMPORTÂNCIA DO NITROGÊNIO

    Segundo Van Raij (1991) citado por Simione et al. (2014) o nitrogênio é o principal nutriente das gramíneas, possibilitando o aumento imediato da produção de forragem, sendo que solos deficientes em nitrogênio acarretam em crescimento lento, porte baixo, plantas com poucos perfilhos e o teor de proteína bruta tornam-se insuficiente à alimentação animal. Um exemplo que mostra um pouco sobre a influência do nitrogênio na produção forrageira é um experimento realizado por Moreira et al. (2011) onde foi testada a produção animal em pastagem de capim-braquiária adubada com nitrogênio. Os tratamentos consistiram de quatro doses de N - 75, 150, 225 e 300kg/ha.ano -, em delineamento de blocos ao acaso, com duas repetições. A conclusão foi de que a adubação nitrogenada não influenciou o ganho de peso individual dos novilhos, mas aumentou a TL (taxa de lotação) - de 3,6 para 5,3 e de 3,7 para 5,2 UA/ha no primeiro e segundo ano, respectivamente - e a produção animal por área da pastagem - de 404,2 para 737,9 e de 619,7 para 1008,4 kg/ha no primeiro e segundo anos, respectivamente.

   Segundo Carvalho (1999) as leguminosas fixam nitrogênio do ar, através da simbiose com bactérias do solo (rizóbios), isso faz com que os níveis de nitrogênio nessas plantas sejam altos, dessa forma os teores de proteínas nelas também são elevados, entretanto, a quantidade de nitrogênio fixado pelas leguminosas pode variar de 25 a 400 kg/ha/ano. Essa variação da abundância de N fixado dependerá da espécie e das condições do ambiente, como acidez do solo, salinidade, deficiências ou excesso de minerais, estresse hídrico, variações na temperatura e também conforme a quantidade de N inorgânico no solo (ANDRADE, 2010 apud BOURSCHEIDT et al., 2019).

CONSÓRCIO E GANHO DE PESO ANIMAL

    De acordo com registros de 11 experimentos conduzidos no Brasil, onde pastos consorciados foram comparados com pastos sem leguminosas apresentados por Pereira (2002) citado por Barcellos et al.(2008), em média, os pastos consorciados proporcionaram 437 g/animal/dia (variando de 230-610g/dia) e os pastos exclusivos 333 g/dia (variação de 117-574 g/dia). Segundo Carvalho (1999), na Embrapa Cerrados foram obtidos, durante o período seco, ganhos de 100 g/dia/animal em uma pastagem consorciada de Andropogon cv. Planaltina e Estilosantes cv. Bandeirante. Contudo, os resultados em relação ao ganho de peso animal são apenas indicativos, uma vez que, é necessário levar em consideração as diferenças quanto ao tipo de solo, fertilidade, estação de pastejo, manejo, lotação, oferta de forragem, cultivar de gramínea e leguminosa, categoria animal, adubações etc (BARCELLOS et al., 2008).

REFERÊNCIAS

ANDRADE, C. M. S.; FERREIRA, A. S.; CASAGRANDE, D. R. Uso de leguminosas em pastagens: potencial para consórcio compatível com gramíneas tropicais e necessidades de manejo de pastejo. FEALQ., Anais do 27° Simpósio Sobre Manejo de Pastagem, p.113 - 151, [20-?].

BARCELLOS, A. O.; RAMOS, A. K. B.; VILELA, L.; JUNIOR, G. B. M. Sustentabilidade da produção animal baseada em pastagens consorciadas e no emprego de leguminosas exclusivas, na forma de banco de proteína, nos trópicos brasileiros. R. Bras. Zootec., v.37, suplemento especial p.51-67, 2008.

BOURSCHEIDT, M. L. B.; PEDREIRA, B. C.; PEREIRA, D. H.; ZANETTE, M. C. DEVENS, J. Estratégias de fornecimento de nitrogênio em pastagens: fertilizante mineral, inoculante bacteriano e consórcio com amendoim forrageiro. Sci. Elec. Arch., Vol. 12, p.137- 148, 2019.

CARVALHO, M. A. Pastagens consorciadas. Embrapa, Ano IV, n 56°, 1999.

MOREIRA, L. M.; SANTOS, M. E. R.; FONSECA, D. M.; MARTUSCELLO, J. A.; MORAIS, R. V.; MISTURA, C. Produção animal em pastagem de capim-braquiária adubada com nitrogênio. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.63, n.4, p.914-921, 2011.

SIMIONE, T. A.; GOMES, F. J.; TEIXEIRA, U. H. G.; FERNANDES, G. A.; BOTINI, L. A.; MOUSQUER, C. J.; CASTRO, W. J. R.; HOFFMANN, A. Potencialidade da consorciação de gramíneas e leguminosas forrageiras em pastagens tropicais. PUBVET, Londrina, V. 8, N. 13, Ed. 262, Art. 1742, Julho, 2014.

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